A juventude não foi feita para o prazer, mas sim para o heroísmo!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Em Paris, protestos contra peça teatral blasfema


Assista o vídeo do protesto contra a peça blasfema:http://www.youtube.com/watch?v=EuPCF238ejI&feature=player_embedded
Ivan Rafael de Oliveria
Protestos em Paris contra peça teatral blasfema
Com um megafone numa mão e um terço na outra, em Paris, jovens católicos protestaram contra uma peça teatral blasfema.

De acordo com a agência ACI (27/10/11), desde o dia da estréia da peça chamada “Sobre o conceito do rosto do Filho de Deus”, do italiano Romeo Castelluci, um grupo de católicos do movimento “Renouveau français” tem feito vários protestos denunciando a “Cristianofobia”. A peça, como não podia deixar de ser, trata das piores baixarias. Em certo momento da representação, meninos atiram sujeiras contra uma grande figura de Nosso Senhor (O Cristo de Antonello di Messina).

Em uma das apresentações, alguns membros da “Renouveau français” compraram ingressos para protestar do próprio lado de dentro (Vídeo acima) do teatro. Eles subiram ao palco com um grande cartaz e nele se lia: “Cristianophobie, ça Suffit!” (Cristianofobia, basta!).

Do lado de fora, as manifestações continuaram, embora com repressões violentas por parte da polícia. Castelluci declarou debochadamente que “Eu os perdôo porque eles não sabem o que fazem”.
Emmanuel Demarcy-Mota, diretor do Teatro de Ville, rechaçou o boicote argumentando que este “espetáculo” já se apresentou em mais de uma dezena de países europeus sem “suscitar a mais mínima reação análoga”.

Curiosamente o jornal católico progressista “La Croix” publicou uma nota de aprovação à polêmica peça e condenando os protestos. Outros setores do clero têm sido mais ambíguos que claros entre tomar um partido e outro.

Muitos católicos parecem esquecer que Nosso Senhor disse: “Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os seus santos anjos”. (São Marcos 8, 38)
Mais fotos:
http://www.leparisien.fr
Fonte: Site IPCO, 31-10-2011

domingo, 30 de outubro de 2011

A Fé explicada. Quem ama, conhece! E quem conhece, ama!

Nº 10
  
Por que estudar a Religião? - X
  
Na edição de "fevereiro" desta seção, publicamos um texto sobre a razão de haver uma só Religião verdadeira. Na presente, do mesmo autor,* transcrevemos a razão pela qual há mistérios na natureza e na Religião.
 
Deus nos revela mistérios, para pedir-nos a humilde submissão de nosso espírito pela fé, a de nosso coração pelo amor, e a de nossa vontade pela submissão a suas leis

No âmbito da natureza há grande número de coisas ocultas, cuja existência é muito certa, mas que os homens não podem compreender, porque a inteligência humana é imperfeita. A razão, como o olho, tem limites além dos quais não consegue ver.

Mais ainda: como nem todas as inteligências têm a mesma capacidade, resulta que há verdades compreendidas por uns, mas que permanecem ocultas para outros, que nelas crêem sem compreendê-las. Só Deus, inteligência infinita, vê claramente todas as coisas, e unicamente para Ele não há mistérios.

O mistério encontra-se em toda parte na criação. O homem, por sábio que seja, não compreende tudo de todas as coisas, cusa essência lhe é impenetrável. O que são a matéria, a atração, a luz, o calor, a eletricidade? Mistérios. O que é a vida? Como um grão de trigo produz uma espiga, e uma semente pequena transforma-se em sangue, nervos e ossos? Como a vontade tem domínio sobre os órgãos? Como a palavra comunica as idéias?

Não é de surpreender que a Religião tenha seus mistérios

Seria mais surpreendente se a Religião não tivesse mistérios. A Religião tem por autor e objeto a Deus, Ser infinito. Mas, como o infinito é inabarcável para toda inteligência criada e limitada, não deve surpreender-nos que haja mistérios na Religião. Por isso é razoável crer nos mistérios da Religião, posto que é Deus, a verdade por essência, que no-la revelou.

Se é razoável que uma criança, fundada na palavra de seu pai, creia em coisas que não compreende; que um ignorante aceite, fundado na palavra dos sábios, as verdades científicas a que sua inteligência não alcança – não é muito mais razoável crer nos mistérios revelados por Deus, que jamais pode enganar-se e enganar-nos?

Deus nos revela mistérios, primeiro para pedir-nos a humilde submissão de nosso espírito pela fé, como nos solicita a de nosso coração pelo amor, e a de nossa vontade pela submissão a suas leis.

Já comprovamos as seguintes verdades:
1 - Existe um Deus eterno, criador e soberano Senhor de todas as coisas. A razão e a consciência proclamam irresistivelmente a existência deste Ser supremo e infinitamente perfeito. Para os católicos, a este testemunho junta-se o da Revelação, que é mais seguro ainda, porque é divino. Deus se manifestou, falou, fez milagres;
2 - Deus, com sua providência, cuida de suas criaturas, particularmente do homem, seu filho predileto;
3 - O homem, composto de corpo e alma espiritual, livre, imortal, foi criado por Deus para que O conheça, O ame e O sirva nesta vida, e O goze na vida futura. Tem, por conseguinte, deveres que cumprir para com seu Criador e Pai;
4 - Toda religião encerra um dogma, uma moral e um culto. É impossível ao homem viver como ser animal, sem render a Deus este tríplice culto;
5 - Só pode haver uma Religião verdadeira, porque a verdade é uma só e rechaça o erro. Logo, só pode haver uma Religião boa, porque só é bom o que é verdadeiro. E Deus não pode ser honrado pelo erro e pela mentira.
___________
* Tradução de trechos do livro La Religión Demostrada, do Padre P.A. Hillaire, Editorial Difusión, Buenos Aires, 8ª edição, 1956, pp. 140 e ss.

Fonte: Revista Catolicismo, abril de 2010, Leitura Espiritual

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Octogésimo aniversário do Cristo Redentor


(1931 – 2011)




Tendo como pedestal o Corcovado, no dia 12 de outubro de 1931 era inaugurada no Rio de Janeiro a estátua do Cristo Redentor. Principal “cartão postal” daquela cidade e referência do Brasil no mundo inteiro, ela foi eleita em 2007 como uma das “Sete Maravilhas do Mundo Moderno”.
Como homenagem de Catolicismo pelo transcurso dos 80 anos da monumental imagem, oferecemos excertos de dois discursos de Plinio Corrêa de Oliveira a respeito do tema: o desta página, pronunciado em 14-12-1968, e o da última capa, proferido em 17-10-1978.
Cumpre ressaltar que o Prof. Plinio esteve presente à inauguração do Cristo Redentor, a convite do então cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra.

A luz que brilha nas trevas
§ Plinio Corrêa de Oliveira

O ideal católico que nos atrai, como se fosse algo que caminha, progride e domina completamente, pode fazer o papel da luz que brilha nas trevas. Mas pode-se dizer que as trevas não conseguiram abarcá-la, não a circunscreveram completamente.
Eu me lembro de algo que sempre me impressionou: é a imagem do Cristo Redentor no alto do Corcovado. Aquela imagem, que nas noites límpidas nos aparece tão clara, entretanto, em noites de nuvens, nos aparece apenas como uma mancha luminosa. Ora se distingue o braço, ora a mão benfazeja abençoando; de vez em quando se vê apenas o coração através da névoa. Em seguida aparece a face, enquanto o resto permanece velado. Outra nuvem passa, e são os pés divinos que então refulgem aos nossos olhos.
Assim é a história dessa luz na alma de muitos. Vêm as trevas, mas um foco de luz fica. Às vezes é algo que aparece, é um olhar; às vezes é um fragmento de luz aqui lá ou acolá que emerge com mais clareza em meio às nuvens. Estas voltam a cobrir tudo novamente, e resta apenas uma mancha luminosa. Depois sopra o vento, e mais uma vez a luz se faz ver com extraordinária claridade. (¹)


No horizonte visual do brasileiro,
a imagem do Cristo Redentor

A fé em Nosso Senhor Jesus Cristo há de nos salvar

§ Plinio Corrêa de Oliveira

Não posso me esquecer da noite em que eu estava no Rio de Janeiro, noite em que a neblina levantada do mar cercava a estátua do Cristo Redentor no Corcovado. Não posso me esquecer, tinha os olhos fixados nele.
Durante algum tempo era apenas um foco de luz, no qual eu não discernia nada; em determinado momento, batia o vento, fazia-se um pouco de claridade, eu percebia um dos braços e depois uma das mãos do Cristo Redentor, iluminado com aquela luminosidade especial que a pedra de que é revestido o monumento absorve a luz que sobre ele se projeta.
Pouco depois o vento batia novamente e era a face do Cristo Redentor que aparecia, em seguida era o seu peito onde pulsa o seu Sagrado Coração, mais adiante eram os seus pés divinos que todos gostaríamos de oscular. Eu prestava atenção e em nenhum momento — por mais densas que fossem as névoas — a luz deixava de encontrar um certo ponto de apoio no monumento. De maneira que, apenas sendo uma luz fixa sobre uma silhueta, ou sobre uma mão que protege, uma mão que abençoa, um coração que palpita de amor, ou uma face que contempla cheia de solicitude, em nenhum momento a neblina conseguiu apagar a figura do Redentor.
Está é a fé com que caminhamos para o futuro, quaisquer que sejam as circunstâncias. Poderá ser que provações muito difíceis toldem a nossos olhos as perspectivas da vitória; pode ser que circunstâncias imprevistas coloquem para nós problemas que hoje ainda não são os nossos. Mas, para além das névoas, para além de tudo aquilo que pode tapar a verdade, no horizonte visual do brasileiro há algo que nada tira: é a imagem do Cristo Redentor, a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Está fé há de nos salvar!
O Brasil há de vencer, qualquer que seja a situação. E é rumo a esta vitória que todos caminhamos com o passo resoluto e a alma cheia de fé.(²)
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Excertos do discurso na Sala Bandeirantes do Hotel Hilton (capital paulista) proferido pelo Professor Plinio Corrêa de Oliveira em 17 de outubro de 1978. Sem revisão do autor.



Notas: excertos de dois discursos de plinio Corrêa de Oliveira ¹ = 14-12-1968  e ² = 17-10-1978.

Fonte: Catolicismo, outubro de 2011.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Enquanto anglicanos retornam ao seio da Igreja, clérigos austríacos rumam ao cisma…

Márcio Coutinho


De um período para cá, felizmente, uma enormidade de seguidores do anglicanismo, como bispos, padres e fiéis, passaram a voltar ao seio da Igreja Católica depois de quase cinco séculos de cisma.

As renovações progressistas dos lideres anglicanos – como ordenações sacerdotais ou sagrações episcopais de mulheres (foto ao lado) e homossexuais assumidos -, escandalizaram vários anglicanos ao ponto de paróquias inteiras desejarem voltar ao catolicismo.

Em sentido contrário, uma organização denominada “Iniciativa dos Párocos Austríacos” (“Pfarrer-Inititiative”) fez um “Apelo à desobediência”. Trata-se de um manifesto assinado por 300 padres católicos austríacos, liderados pelo pároco Helmut Schüller, endereçado à Igreja Católica, no qual exigem uma mudança da disciplina, da moral e da doutrina da Igreja . (Cfr. Zenit online, 5/9/2011)

O “Apelo à desobediência” – feito em 19 de junho de 2011 –, em tom de ameaça, exige o fim do celibato eclesiástico, a ordenação sacerdotal de homens casados na Igreja de rito latino, a ordenação de mulheres ao sacerdócio, a redução e substituição da Missa pela liturgia da Palavra, a distribuição da Eucaristia a todos, sem restrições aos divorciados, pessoas de outras religiões, apostatas ou excomungados.

Assim como o cisma anglicano acabou, entre outras coisas, com o sacramento do matrimônio – respaldado pela sua indissolubilidade – e com a obediência ao Vigário de Cristo, o “Apelo à desobediência” dirigido à Igreja Católica por clérigos austríacos, parece seguir rumos semelhantes.

Os abusos nas dioceses austríacas é uma constante dos últimos anos. Na foto, um padre segura um ostensório modernista tendo ao fundo uma mesa que sugere que a Missa é um mero banquete.
Em declaração recente de 5 de setembro( Zenit online) sobre tal insurreição do clero, o cardeal Christoph Schönborn , presidente da Conferência Episcopal Austríaca (CEA), em entrevista, explica “que o “apelo à desobediência” contra a hierarquia legítima da Igreja não só não está justificado, mas também constitui um motivo de escândalo para os católicos”.

Contudo, em meados de março deste ano, uma declaração do próprio cardeal Schönborn fez suscitar a polêmica e abrir precedência sobre a controvérsia. O prelado afirmou, na inauguração dos trabalhos da CEA, que, na Igreja, “deve haver um debate aberto, inclusive na questão do celibato”. Diante de tal declaração, imediatamente o cardeal Mauro Piacenza, presidente da Congregação do Clero, lhe respondeu: “O celibato é um dom de Deus” e “grita ao mundo secularizado que Deus está presente”. (cfr. Reportagem, Religión Digital, 24/3/2011)

Em que medida esta declaração do cardeal Christoph Schönborn pode ter favorecido ou ao menos encorajado os autores do referido “Apelo a desobediência”?

Em um artigo publicado no L’Osservatore Romano, em sua edição de 23 de março deste ano, o cardeal Piacenza lembra que o celibato é um tema fundamental no Magistério da Igreja e que “só uma incorreta hermenêutica dos textos do Concílio Vaticano II poderia levar a ver no celibato um resíduo do passado do qual devemos nos libertar”.

O prelado da Cúria romana acrescenta ainda que o fim do celibato, “além de ser errada histórica, teológica e doutrinalmente, também é prejudicial para os aspectos espiritual, pastoral, missionário e vocacional” e ressaltou também que “o celibato é uma questão de radicalidade evangélica”.

Neste contexto – não querendo me estender demasiadamente – vemos que essa problemática não se restringe apenas ao clero austríaco. Segundo O Estado de São Paulo, em 2008, a CNBB teve que censurar um texto da Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP), aprovado por 430 delegados que representavam os 18.685 padres brasileiros, que sugeria propor ao Vaticano “possibilitar outras formas de ministério ordenado que não seja apenas a do presbítero celibatário”. “Isso significa, na prática, a ordenação de homens casados e a readmissão de padres que deixaram suas funções para se casar”, afirma a reportagem (Cfr.: OESP, 12/4/2008).

Essas conversões dos anglicanos – bem como as inúmeras outras que ocorrem no mundo inteiro – e o modo como estão ocorrendo, vem nos demonstrando como o Espírito Santo age em sua Igreja para preservar as disciplinas morais, das quais eximiamente Nosso Senhor Jesus Cristo deu exemplo e para as quais pediu sua observância.

Parece que o anseio por essa observância dos princípios morais crepita sobre as cinzas da iniquidade dos costumes em um “mundo libertário” que não quer que eles voltem à luz do dia.

***

Segue abaixo a íntegra do manifesto: o “Apelo à desobediência”, publicado na página da “Iniciativa dos Párocos Austríacos”, www.pfarrer-initiative.at. Eis o texto:

A recusa de Roma a uma reforma da Igreja há muito esperada e a inatividade dos nossos bispos não só nos permitem, mas também nos obrigam a seguir a nossa consciência e a agir de forma independente.

Nós, padres, queremos estabelecer, no futuro, os seguintes sinais:

1. Rezaremos, no futuro, em todas as Missas, uma oração pela reforma da Igreja. Levaremos a sério a palavra da Bíblia: pedi e receberei. Diante de Deus, existe a liberdade de expressão.

2. Não recusaremos, em princípio, a Eucaristia aos fiéis de boa vontade. Isso é especialmente verdadeiro aos divorciados de segunda união, aos membros de outras Igrejas cristãs e, em alguns casos, também aos católicos que abandonaram a Igreja.

3. Evitaremos celebrar, se possível, nos domingos e dias de festa, mais de uma Missa ou de encarregar padres em viagem ou não residentes. É melhor uma liturgia da Palavra organizada localmente do que turnês litúrgicas.

4. No futuro, vamos considerar uma liturgia da Palavra com distribuição da comunhão como uma “Eucaristia sem padre”, e assim nós a chamaremos. Dessa forma, cumpriremos a nossa obrigação dominical em tempos de escassez de padres.

5. Rejeitaremos também a proibição da pregar estabelecida para leigos competentes e qualificados e para professoras de religião. Especialmente em tempos difíceis, é necessário anunciar a Palavra de Deus.

6. Comprometer-nos-emos a que cada paróquia tenha o seu próprio superior: homem ou mulher, casado ou solteiro, de tempo integral ou parcial. Isso, no entanto, não por meio das fusões de paróquias, mas sim mediante um novo modelo de padre.

7. Por isso, vamos aproveitar todas as oportunidades para nos manifestar publicamente em favor da ordenação de mulheres e e de pessoas casadas. Vemo-los como colegas, e colegas bem-vindos, ao serviço pastoral.

Além disso, sentimo-nos solidários com aqueles colegas que, por causa do seu casamento, não podem mais exercer as suas funções, mas também com aqueles que, apesar de um relacionamento, continuam prestando seu serviço como padres.

Ambos os grupos, com sua decisão, seguem a sua consciência – como nós fazemos com o nosso protesto. Nós os vemos, assim como o papa e os bispos, como “nossos irmãos”. Não sabemos o que mais deve ser um “coirmão”. Um é o nosso Mestre – mas somos todos irmãos. “E irmãs” – se deveria dizer, no entanto, entre os cristãs e cristãos.

É por isso que queremos nos levantar, é isso que queremos que aconteça, é por isso que queremos rezar. Amém.

Domingo da Trindade, 19 de junho de 2011