Teve ampla repercussão o lançamento do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) pelo governo Lula. Nesta edição, Catolicismo destaca sucintamente o que a iniciativa contém de diretamente anticristão. Sem dizê-lo, caracteriza-se como a religião do homem, em substituição à religião de Deus. Traz consigo uma nova moral e um novo “decálogo”, que são os imaginários ou distorcidos direitos humanos.
Leo Daniele
Em substituição aos Dez Mandamentos da Lei de Deus, teremos agora que pautar nossas ações pelos “direitos” das prostitutas, dos homossexuais, das feministas, dos vadios, dos invasores de terras e de prédios, das “culturas” primitivas, dos revoltados de todo gênero.
Não estamos inventando nada. Diz o Presidente Lula: “Tenho reiterado que um momento muito importante de nosso mandato foi a realização da 1ª Conferência Nacional de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, em 2008, marco histórico na caminhada para construirmos um país sem qualquer tipo de intolerância homofóbica”.
E o texto do PNDH-3 é ainda mais claro, pois recomenda: apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo; promover ações voltadas à garantia do direito de adoção por casais homoafetivos; reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base na desconstrução da heteronormatividade.
Que significa a rebuscada expressão “desconstrução da heteronormatividade”? Desconstrução é a desmontagem, a decomposição de um conceito, portanto sua negação. Trata-se de abandonar o conceito de “heteronormatividade”. Pois, para o PNDH-3, é preciso deixar de considerar a diferença dos sexos no matrimônio (heterossexualidade) como normativa dentro de uma sociedade. A “desconstrução da heteronormatividade” corresponde a negar o conceito natural de que um casal é constituído por um homem e uma mulher, passando a ser normal haver “casais” de dois homens ou duas mulheres.
Não se trata apenas de aceitar que existam, mas considerá-los normais. O PNDH-3 não é apenas tolerante para quem pratica — digamos que por fraqueza — um ato homossexual, mas quer que ele seja considerado normal como qualquer outro. Ou seja, não basta haver tolerância legal para a homossexualidade, todos devem considerá-la normal como tomar um copo d’água. E vai-se trabalhar com verbas oficiais para que a homossexualidade ou a heterossexualidade sejam consideradas mera questão de escolha.
O pseudo-direito à depravação é um direito humano? É o que parece resultar dessa concepção, segundo a qual seria considerado “excludente”, por exemplo, o Apóstolo São Paulo, que na Epístola aos Romanos censura com veemência os atos contrários à natureza (cap. 1); e também o seria a majestosa galeria dos santos e Papas, que os condena desde a Antiguidade até a Encíclica Deus Caritas Est, de Bento XVI.
É bem o contrário, portanto, o que ensina a doutrina católica. Ela avalia a homossexualidade como um pecado que “brada ao Céu e clama a Deus por vingança”...
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O INIMIGO NÚMERO UM DA FAMÍLIA
Em entrevista à SBT, em 29-10-1992, Plinio Corrêa de Oliveira expõe sobre o homossexualismo os seguintes princípios, que se aplicam ao tema presente:
“Uma vez que a relação homossexual é estéril por definição, compreende-se bem que ela destrói a família, e que portanto ela é o contrário da família, é o inimigo número um da família.
O ato sexual existe na ordem natural das coisas para a fecundidade da família, e através da fecundidade da família para a expansão do gênero humano. O preceito de Deus Nosso Senhor aos homens, enquanto eles se encontrarem na Terra, é ‘multiplicai-vos e enchei a Terra’. É preciso portanto fazer isto, e por todas as maneiras não impedir a fecundidade da relação sexual, que só se exerce legitimamente no matrimônio. Ora, para a homossexualidade não existe matrimônio, e sobretudo não pode existir fecundidade.
O resultado é que isso é completamente contrário à ordem natural das coisas, portanto contrário à família.
O homossexualismo foi durante séculos objeto de uma verdadeira aversão da parte das gerações que se sucederam. E isso não por um capricho, não por um modismo qualquer, mas em virtude dos princípios doutrinários que eu acabo de enunciar, e que são os da doutrina católica, apostólica e romana, desde os tempos em que a fé impregnava profundamente toda a vida social, e portanto também a vida familiar, com a suavidade e o esplendor dos seus valores.
É compreensível que aquilo que é oposto à fé fosse visto com rejeição, e portanto que também a homossexualidade fosse vista com rejeição. Para calcular bem a energia dessa rejeição, deve-se tomar em consideração que, segundo a doutrina católica, a homossexualidade é um pecado qualificado entre os poucos que bradam ao Céu e clamam a Deus por vingança”.
Fonte: Revista Catoliscimo