A juventude não foi feita para o prazer, mas sim para o heroísmo!

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Um Santo Natal e um Próspero Ano Novo!


Prezados Amigos da Ação Jovem,

Salve Maria!
 
A propósito das inúmeras graças que dimanam do Santo Natal, peçamos ao Divino Menino Jesus e a Imaculada Conceição, bem como a São José a graça de sermos aquilo que Deus quer de cada um de nós, nesta vale de lagrimas!

Diante de, o Diviníssimo olhar do Menino Deus no presépio, poderíamos dizer:

“Senhor, não sou digno que olheis para mim, mas dai-me um olhar, consenti em imergir o vosso olhar no meu, e minha alma será salva.” (Plinio Corrêa de Oliveira).

         Um Santo Natal e um Próspero Ano Novo!

Estes são os meus votos da Ação Jovem pela Terra de Santa Cruz.

 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

4º Acampamento em Itapecerica da Serra da Ação Jovem



 
Ricardo Toledo
               A Ação Jovem pela Terra de Santa Cruz promoveu entre os dias 15 e 18 de novembro, em Itapecerica da Serra-SP, mais um acampamento para a formação da juventude.

Jovens provenientes dos estados de SP, MG, RJ, e PR reuniram-se durante estes três dias para participar das intensas atividades combinando reuniões de estudos, orações e lazer.

Cada dia começava com um despertar sob sons de apito e gaita de foles; os jovens dirigiam-se ao pátio a fim de se formarem em fila para a contagem. Logo em seguida, recitava-se as orações da manhã, e após  todos estarem prontos, rezava-se um terço em conjunto.

Um cortejo então se formava, cantando músicas em louvor a Nossa Senhora, e se se dirigia para o café da manhã, ocasião de muitas conversas de diversos temas relacionadas às reuniões de estudos dos dias anteriores.

As reuniões de estudos aconteciam logo após o café da manhã e preenchiam o período da manhã de cada dia. O leitmotiv foi “Piedade e Combatividade: dois aspectos imprescindíveis do verdadeiro católico”. Alguns dos temas foram: Vida de Madre Maria de Jesus Torres e as revelações de Nossa Senhora do Bom Sucesso; origem e milagres da Medalha Milagrosa; a resistência católica no cerco de Alcázar de Toledo; origem, poder e eficácia do Santo Rosário; Simon de Montfort e a Cruzada contra os albigenses; História do quadro de Nossa Senhora do Bom Conselho; o método de luta e de apostolado de Plinio Corrêa de Oliveira, intrépido lutador católico.

A tarde era reservada para diversos tipos de jogos. Os mais esperados eram o jogo de paintball e jogos medievais (competição entre equipes onde há diversas provas físicas como arremesso de lança, corrida de obstáculos, entre outros).

Em uma das noites, foi montada uma enorme fogueira, e ao longo da noite os jovens se revezavam em vigília que durou toda a madrugada, entre orações, contos, sempre mantendo acesa a fogueira.
Contando com substanciosas refeições, no sábado foi servido um saboroso churrasco e a noite um inesquecível jantar medieval sendo o menu, filé mignon suíno em pequenas rodelas coberto com bacon , servida com batatas ao molho de mostarda e mel, que saboroso! Para “fechar com chave de ouro”, houve uma deliciosa feijoada no almoço de domingo dia 18.
 
Todos saíram com ânimos acrescido e vontade revigorada para se manterem fiéis a Nossa Senhora e à doutrina católica, nestes dias tão conturbados, sobretudo para a juventude. Demonstraram seu desejo de voltar no próximo acampamento e trazer novos jovens para mais alguns dias de reuniões de estudo, jogos e oração.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Suspendam imediatamente a blasfêmia contra a Virgem Maria.PROTESTE!

É fato: os mulçumanos não admitem a mínima ofensa a Maomé e reagem imediatamente, até com (inaceitável) violência. Mas os católicos pouco se importam com as blasfêmias cometidas contra Nossa Senhora. Apelo às autoridades religiosas omissas.


Você talvez já recebeu um cartão de Natal ou um santinho com a bela imagem acima.

Trata-se de uma das mais reputadas obras de arte do Beato Angélico, a Anunciação do anjo São Gabriel a Nossa Senhora.

Cena augustíssima entre todas, da vida de Jesus, porque nesse mesmo instante em que Maria respondeu “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra”, o Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós.

O talento e a santidade de Fra Angelico souberam dar à cena toda a sua sacralidade, de molde a despertar veneração nos milhões de fiéis que a tem visto e a guardam na memória, por exemplo ao rezar o primeiro mistério gozoso do rosário.

Imagine que um tarado obcecado por pornografia deturpasse a cena e, preservando exatamente o fundo de quadro (para trazer de volta à sua imaginação a pintura original), substituísse Nossa Senhora por uma mulher meio descabelada e inteiramente nua. E o anjo por outra mulher com asas, ela também inteiramente nua.

Você não sentiria essa adulteração como uma imensa agressão psicológica à suas convicções e à sua devoção por Nossa Senhora e por Nosso Senhor Jesus Cristo nesse instante supremo da Encarnação?

E não ficaria ainda mais horrorizado(a) se soubesse que essa agressão contra sua sensiblidade religiosa está sendo exibida nada menos do que na prestigiosa National Gallery de Londres, na Inglaterra?

Ela faz parte das obras do falecido artista Richard Hamilton (1922-2011) e está incluída numa exibição póstuma, concebida pelo próprio autor, que inclui outros quadros com cenas lúbricas de nú total dessas mesmas mulheres.

Consideramos este quadro e essa exposição uma blasfêmia contra a honra da Mãe de Deus e de seu Filho e uma agressão brutal à consciência de todo católico.

Porém, que tenhamos conhecimento, NINGUÉM está fazendo qualquer declaração ou tomando atitudes – pacíficas, é claro – contra essa exposição.

Se você souber de algum padre, de algum bispo, ou cardeal que tenha se manifestado, por favor nos informe. Nós vamos cumprimentá-lo por isso.

Em contrapartida, há algumas semanas, inúmeras personalidades do clero e do mundo católico tomaram a defesa do Islã contra uma obra que os muçulmanos consideraram ofensiva para eles.

Vamos explicar melhor…

Foi postado na Internet a sinopse de um filme que conta a vida de Maomé de uma maneira que os muçulmanos acharam blasfema. Os seguidores do islamismo não aceitaram tal zombaria e unidos, protestaram pelo mundo árabe, inclusive de forma violenta (até um grupo extremista aproveitou-se dos distúrbios para assassinar o embaixador americano na Líbia).

Muitas autoridades religiosas católicas uniram-se à condenação do filme acusando-o de ser o responsável dessa violência, alguns até apoiando uma ação legal internacional contra os seus autores (veja aqui um exemplo).

Contrariamente ao Corão, o Evangelho não prega a violência. Mas há meios eficazes de reagir sem violência, que um católico pode empregar. É portanto incompreensível que uma ofensa gravíssima contra Àquela que é a Mãe de Deus, o Vaso de Pureza, não ocasione um protesto veemente dos católicos, especialmente das autoridades.

E cada um de nós, como devoto de Nossa Senhora? Será que amamos verdadeiramente a Mãe de Deus a ponto de defendê-La contra uma blasfêmia como o que expomos acima?

Trazendo a cena para o dia a dia:

- Você aceitaria que fizessem uma caricatura de sua mãe, irmã, esposa onde ela estivesse totalmente exposta, nua?

Imagino que você ficaria indignado(a) e faria de tudo para retirar tal caricatura da vista do mundo.

Então, façamos o mesmo por nossa Mãe do Céu.

Veja o que você pode fazer para parar a exibição dessa blasfêmia:

* Faça manifestações e protestos pacíficos. Os católicos são cidadãos ordeiros, respeitosos do Estado de Direito e que não fazem justiça pelas próprias mãos;

* Mostre esta notícia para o Padre da Paróquia que você frequenta. E peça a ele que mostre ao Bispo com quem tem contato;

* Envie uma mensagem à National Gallery, onde o quadro está sendo exposto, pelo e-mail: information@ng-london.org.uk

Sugestão de texto:
Assunto: Suspendam imediatamente a blasfêmia contra a Virgem Maria.
Texto:
Senhores,
Sou do Brasil e venho através deste e-mail fazer meu ato de protesto contra a infame exposição “The Late Works”, de Richard Hamilton. A razão de meu protesto é a inclusão de um quadro que deturpa a cena da Anunciação, zombando dos meus sentimentos religiosos cristãos.
Isso é inadmissível não apenas para os católicos brasileiros, como para qualquer país que nasceu das raízes cristãs, como a Inglaterra.
Exijo que sejam tomadas providências imediatas para que tal blasfêmia seja removida da exposição e farei de tudo para multiplicar este protesto por toda a Internet.
Atenciosamente,
Seu nome

* Se você tiver algum contato no Vaticano, envie este post para que leiam e façam alguma coisa;

* Caso você tenha um blog ou site, publique esta notícia e faça seu ato de protesto;

* Compartilhe este post nas redes sociais e peça que os verdadeiros católicos se manifestem contra este ato radical de cristianofobia.

Esta blasfêmia não pode ficar sem protesto.

Ou não somos filhos de Maria Santíssima…

Como você vê há várias formas de protestar que não requerem um grande esforço.
VOCÊ PODE FAZER A MAIORIA DELAS SENTADO EM FRENTE AO SEU COMPUTADOR.

Demonstre que você ama Nossa Senhora. Defenda-A destes insultos. O mundo precisa ver que não somos católicos apenas da boca pra fora, nós amamos a Igreja e a defendemos – pacificamente – de todo e qualquer ataque.

(Não publicamos aqui a foto da blasfêmia, pois não estaria de acordo com o que a moral, o pudor e o respeito à Nossa Senhora exigem. Limitamo-nos apenas a descrevê-la e dar as informações que permitem a qualquer um encontrar o original na Internet, coisa que, entretanto, não recomendamos).

Fonte: Devotos de Fatima

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Livro à venda no Brasil: "O Concílio Vaticano II - Uma história nunca escrita"


Sucesso de vendas na Europa, este livro nos ajuda a compreender não só os acontecimentos de ontem, mas também os problemas religiosos na Igreja de Hoje.



Conheça o autor:

Roberto de Mattei nasceu em Roma, em 1948. Formou-se em Ciências Políticas na Universidade La Sapienza. Atualmente é professor de História da Igreja e do Cristianismo na Universidade Europeia de Roma, no seu departamento de Ciências Históricas, de que é o diretor.

Até 2011, foi vice-presidente do Conselho Nacional de Investigação da Itália, e entre 2002 e 2006, foi conselheiro do governo italiano para questões internacionais.
Roberto de Mattei
Em 2008, foi agraciado pelo Papa com a comenda da Ordem de São Gregório Magno, em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à Igreja. É membro dos Conselhos Diretivos do Instituto Histórico Italiano para Idade Moderna e Contemporânea e da Sociedade Geográfica Italiana. É presidente da Fundação Lepanto, com sede em Roma, dirige as revistas Radici Cristiane e Nova Historica e colabora com o Pontifício Comité de Ciências Históricas.

Com este livro, o autor recebeu o Prêmio Acqui Storia 2011 e foi finalista do Prêmio Pen Club Itália 2011.O Concílio Vaticano II - Uma história nunca escrita.

Autor: Roberto de Mattei
Tamanho: 16cm x 23cm x 3,3cm (CxAxL)
Paginas: 544

Editora: Caminhos Romanos - Porto

Fonte: Blog Conservador, setembro 2012.
  

domingo, 7 de outubro de 2012

O celibato eclesiástico vem da ligação sobrenatural do Sacerdote católico com Cristo, o Sumo-Sacerdote


Luiz Sérgio Solimeo

Em épocas de crise, sempre surgem pretensos reformadores com soluções “geniais”, que não consistem em outra coisa senão em demolir as mais veneráveis tradições da Igreja.
Um dos alvos mais constantes desses pretensos reformadores tem sido o celibato eclesiástico, uma das glórias da Igreja latina.
Abandono do celibato e divórcio
É curioso que, juntamente com a abolição do celibato clerical, vem o abandono da indussolubilidade do matrimônio. E compreende-se: julgando-se impossível a guarda da castidade, não é só a continência celibatária que cai por terra, mas também a castidade conjugal, a fidelidade no matrimônio.
Historicamente vemos que foi o que se deu com os cismáticos orientais, os protestantes, anglicanos, etc. A abolição total ou parcial do celibato clerical veio conjuntamente, ou foi precedida, da permissão para o divórcio.
Os atuais escândalos sexuais, tão noticiados pela mídia, têm servido de pretexto para um recrudescimento da campanha contra o celibato eclesiástico. Setores da mídia, organizações de padres-casados, de católicos liberais, vem insistido no assunto.
Além dos argumentos pseudo-científicos que visariam provar a impossibilidade da guarda da castidade, está sendo muito difundido o argumento de que o celibato é uma disposição puramente disciplinar, introduzido tardiamente na legislação da Igreja e que pode ser abolido sem maiores problemas. Ou, ao menos pode ser tornado optativo, com sacerdotes casados ou célibes, conforme decisão pessoal.
Na verdade, inúmeros estudos, muitos deles recentes que desmentem por completo esse argumento pretensamente histórico-canônico.[1]
Prática da continência na Igreja primitiva
Esses estudos, com base em sólida documentação e irrepreensível documentação mostram que, embora não se possa falar em celibato no sentido estrito da palavra – isto é pessoa que nunca se casou –, é certo que desde os tempos apostólicos a Igreja teve como norma que aqueles que eram elevados ao Sacerdócio e ao Episcopado (como também os Diáconos) deviam guardar a continência. Caso fossem casados, o que era muito comum nos inícios da Igreja eles deviam, com o consentimento das esposas cessar a vida conjugal e inclusive de habitar sob o mesmo teto.
Vamos seguir aqui mais diretamente o breve, mas denso estudo do Cardeal Alfons Stikler, pela sua autoridade de historiador do Direito Canônico e antigo bibliotecário da Santa Igreja.
Segundo explica ele, a Igreja dos tempos apostólicos e a Igreja primitiva não exigiam que uma pessoa fosse solteira ou viuva para ser ordenada sacerdote ou designada bispo.
Tendo em vista que grande número dos cristãos era composta de convertidos, às vezes na idade adulta ( o caso de Santo Agostinho, convertido aos 30 anos, é típico), era comum que um casado fosse ordenado sacerdote e feito bispo. Mas, como se lê nas Epístolas de São Paulo a Tito e a Timóteo, o Bispo devia ser “homem de uma só mulher”,[2] no sentido de ter sido casado uma só vez.
Com efeito, julgava-se que uma pessoa que, tendo ficado viuva, tinha casado de novo, dificilmente teria força suficiente para cessar as relações conjugais e a convivência sob o mesmo teto. É evidente, salienta o Card. Stikler, que, dado o caráter de mútua entrega do matimônio, tal separação só podia efetivar-se com inteiro acordo da esposa, a qual, por sua vez, se comprometia a viver na castidade em uma comunidade feminina.
A confirmação pelos Evangelhos
Em relação aos Apóstolos, só de São Pedro sabemos com certeza que fosse casado, pois sua sogra é mencionada nos Evangelhos.[3] Mas é possível que outros também o fossem. Mas temos a indicação clara de que eles abandonaram, inclusive a família, para seguir a Cristo.
Assim, lemos nos Evangelhos que quando São Pedro peguntou a Nosso Senhor, “Vê, nós abandonamos tudo e te seguimos.”Jesus respondeu: Em verdade vos declaro: ninguém há que tenha abandonado, por amor do Reino de Deus, sua casa, sua mulher, seus irmãos, seus pais ou seus filhos, que não receba muito mais neste mundo e no mundo vindouro a vida eterna.[4] Não caberia neste artigo acompanhar toda a história do celibato, conforme a ampla documentação citada pelo Card. Stikler. Resumidamente, apresentamos alguns dados mais salientes.
Já o Concílio de Elvira, na Espanha (310 A.D), no Cânon 33, ao tratar da continência sacerdotal, apresenta o celibato como uma norma que deve ser mantida e observada e não como uma inovação. E o fato de não ter havido nem revolta nem surpresa mostra que essa era a realidade.
O mesmo se dá no Concílio da Igreja da África, por volta de 390 e sobretudo no Concílio de Cartago, também no norte da África, (ano 419), do qual participou nada menos do que Santo Agostino. Esses Concílios lembram a práxis eclesiástica da obrigação do celibato, afirmando que tal praxe é de tradição apostólica.
Celibato não foi introduzido na Idade Média
O Papa Siricius, respondendo em 385 a uma consulta específica sobre a continência clerical, afirma que os Bispos e padres que continuam suas relações conjugais após sua ordenação vão contra uma irrevogável lei que os liga à continência e que vem desde os começos da Igreja.
Vários outros Papas e Concílios regionais, em especial na Gália, continuaram a lembrar a tradição do celibato e a punir os abusos.
Na luta que São Gregório VII travou no século XI contra a intervenção do Imperador do Sacro Império em assuntos eclesiásticos, conhecido como a querela das investiduras, ele teve que combater a simonia — a compra dos cargos eclesiásticos –, e o nicolaísmo – heresia que prega, entre outras coisas, o casamento clerical.
Não foi esse Santo, como alegam muitos ou o Segundo Concílio de Latrão (1139) que “introduziriram” a lei do celibato na Igreja; eles apenas confirmaram a vigência de uma disposição que vinha desde o início da Igreja, e tomaram disposições para manter a sua observância. Esse concílio lateranense não somente confirmou a lei da continência, mas declarou nulo o casamento tentado por sacerdotes e diáconos ou por aqueles ligados por votos solenes de Religião.
Erros e falsificações
O principal argumento daqueles que negam a tradição apostólica da continência clerical é que, durante o Primeiro Concílio de Nicéia, em 325, um Bispo e Ermitão famoso, Paphnutius, do Egito, teria se levantado, em nome da tradição, para dissuadir os Padres Conciliares, de impôr a continência clerical. Diante de tal intervenção, o Concílio teria se negado a impôr tal continência.
Ora, argumenta o Cardeal, o historiador desse Concílio, que esteve presente nele, Eusébio de Cesarea, não faz referência a esse fato, o qual, a ter existido, teria chamado sua atenção. A menção a Paphnutius só aparece quase um século depois, na pena de dois escritores bizantinos, Socrates e Sozomen, sendo que o primeiro dá como fonte uma conversa que teve quando jovem com um velho que teria participado daquele Concílio. No entanto, tal afirmação é muito questionável, pois Socrates nasceu por volta de 380, ou seja, mais de cincoenta anos após o Concílio, o que faz com que sua pretensa fonte fosse ao menos septuagenária quando ele nasceu, e praticamente nonagenária quando ele fosse um rapaz.
A história da intervenção de Paphnutius sempre foi tida em suspeição, inclusive porque seu nome não consta da lista de Padres vindos do Egito para o Concílio de Nicéia, como atesta Valesius, editor das obras de Socrates e Sozomen na Patrologia Grega de Migne.
Mas, o argumento decisivo, segundo o Card. Stikler, é o de que os próprios gregos não apresentaram o testemunho de Paphnutius para justificar sua ruptura com a tradição da continência clerical. Quando, no segundo Concílio de Trullo (691), por pressão do Imperador, permitiram o uso do matrimônio para os clérigos (não para os Bispos) — contrariando a tradição tanto do Oriente como do Ocidente – foram buscar no Concílio de Cartago, acima citado, uma possível justificação. Mas, posto que esse Concílio era claro na defesa da tradição apostólica da continência, foi necessário falsificar seus decretos, como é reconhecido, hoje em dia, pelos próprios historiadores cismáticos.
O Card. Stikler lamenta que historiadores do peso de Funk, no fim do século XIX, tenha aceitado como válida a história de Paphnutius, quando, em sua época, a crítica histórica já havia rejeitado sua veracidade. O francês Vacandard, através do prestigioso Dictionnaire de Théologie Catholique, foi um dos responsáveis pela divulgação desse erro.
União com Cristo Sacerdote
Conforme argumenta o Card. Stikler, a razão do celibato eclesiástico não é funcional. Ao contrário do Antigo Testamento, em que o Sacerdócio era apenas uma função temporária, recebida por via hereditária, o Sacerdócio do Novo Testamento é uma vocação, um chamado que transforma a pessoa e o confisca por inteiro. Ele é um santificador, um mediador.
Mais do que tudo, o Sacerdócio do Novo Testamento é uma particpação no Sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote. E, portanto, o Padre tem uma ligação misteriosa e especial com Cristo, em cujo nome e por cujo poder ele oferece o sacrifício incruento (in persona Christi). Portanto, é dessa ligação sobrenatural com o Salvador que vem a razão mais profunda do celibato sacerdotal.
O que existe hoje, aponta o Cardeal, é uma crise de identidade no clero, da qual decorre a crise do celibato. É preciso restaurar a verdadeira identidade do sacerdote, para que ele compreenda as razões profundas de seu celibato e, portanto, de sua vocação.
Esperemos que, com a ajuda da graça, se restaure, o quanto antes, a verdadeira identida do sacerdote católico, para que cessem todos os desatinos do momento presente.
De nada serviria aos padres-casados e aos simpatizantes voltar às origens da Igreja… Essas origens não permitiriam que eles coabitassem com suas esposas e praticassem o ministério sacerdotal.



[1] Cf. Pe. Christian Cochini, S.J, Apostolic Origins of Priestly Celibacy,(Ignatius, San Francisco, 1990); Cardeal Alfons Maria Stickler, The Case for Clerical Celibacy, (Ignatius, San Francisco, 1995); e o Pe. Stefan Heid, Celibacy in the Early Church, (Ignatius, San Francisco, 2000).
[2] I Timótio 3:2; 3:12; Tito 1:6.
[3]S. Mateus, 8:14: S. Marcos, 1:29; S. Luccas, 4:38.
[4] S. Lucas, 28:31; Cf. S. Mateus 19:27-30: S. Marcos 10:20-21. 

Fonte: IPCO, setembro de 2012.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Limpar a poeira e tirar o mofo I



Pe. David Francisquini

A propósito de recentes estatísticas apontando o crescimento das facções protestantes em detrimento da religião católica, recordo-me que no final da década 1960 um jornalista muito arguto e pouco fiel à nossa santa fé chegou a afirmar que o Brasil não tardaria a se transformar no maior país ex-católico do mundo.
À época, eu cursava o Seminário Menor no Paraná e já podia perceber a transformação paulatina e persistente nos meios católicos através de sacerdotes ditos progressistas. Com ou sem pretexto, eles compareciam no Seminário a fim de fazer reuniões, acenando sempre para uma mentalidade nova a contrarrestar valores então vigentes, qualificados não sem alguma malícia de “empoeirados” ou cobertos de mofo.
Por ser conservadora, a diretoria do referido seminário começou a sofrer pressão de um órgão do Vaticano e do episcopado paranaense para se adaptar aos novos tempos, sob pena de abandonar aquela casa de formação sacerdotal. Seu ex-reitor deve possuir em seus arquivos os documentos que exigiam a sua cabeça e a dos demais sacerdotes que o coadjuvavam.

A diocese tinha cerca de cem seminaristas menores, doze mil congregados marianos e filhas de Maria, além de outras associações de leigos. Um sacerdote aggiornato do Rio Grande do Sul, encarregado pelo bispo, visitava uma a uma dessas associações, sempre propondo limpar a poeira e tirar o mofo através da modernização, mesmo que precisasse desautorar o sacerdote que dirigia as referidas associações.
Num ambiente assim hostil ao ensino tradicional, surgiu uma nova liturgia. O altar do santo sacrifício da Missa foi substituído por uma mesinha de frente para o povo, músicas profanas foram introduzidas nas celebrações, o espírito religioso dos fiéis cedeu lugar a uma mentalidade mundana, e muitas vezes se parodiavam os protestantes. Já no Seminário Maior em Curitiba, presenciei e ouvi de um sacerdote no sermão a apologia do protestantismo ao afirmar que a Igreja havia mudado sua posição.
        À noite daquele mesmo dia, com a presença de todos os seminaristas, católicos e protestantes se reuniram numa igreja da capital paranaense. No púlpito se revezavam padres e pastores. Houve padres que ousaram defender o fim do celibato. A partir daí, muitos sacerdotes passaram a sofrer de um mal que ficou conhecido como “crise de identidade”, outros ainda lamentavelmente abandonavam o sacerdócio em decorrência das novidades surgidas a partir do Concílio Vaticano II.
Para os avisados a notícia da redução do número de católicos no Brasil não chega a surpreender, pois o ambiente vinha sendo amplamente preparado, como se pode observar na leitura do livro “Em defesa da Ação Católica”, de Plinio Corrêa de Oliveira. Nessa obra, escrita em 1943, o autor mostra a mudança não apenas de comportamento, mas igualmente de doutrina, a partir de uma ala modernista que se tornou atuante já na década de 1930, não respeitando os tradicionais ensinamentos da Santa Igreja.

Às vezes me pergunto se o clero brasileiro, sobretudo o episcopado, está realmente preocupado com a defecção e apostasia dos católicos que passam a engordar as fileiras do protestantismo. Fala-se muito em ecumenismo nos meios católicos, mas como o clero teria deixado escapar tantas ovelhas de seu rebanho? São os católicos que estão fazendo proselitismo para esvaziar os ambientes das seitas protestantes, ou são estas que se aproveitam da decadência religiosa e do clero? Como fica o dogma de que fora da Igreja não há salvação?

    Essas perguntas me vêm ao espírito ao imaginar a situação alarmante daqueles que apostataram ao renegar a fé recebida no santo batismo. Qual teria sido a causa mais profunda desse abandono em massa – um terço dos católicos – da fé no único Deus verdadeiro e da religião única e verdadeira desse mesmo Deus que é a Santa Igreja Católica Apostólica Romana? Para responder tais interrogações, precisamos analisar a vida religiosa antes do Concílio Vaticano II, assunto que fica para um próximo artigo.

Fonte: Pe. David Francisquini, agosto de 2012.

sábado, 1 de setembro de 2012

50 anos depois, padres jovens retomam a batina que padres velhos jogaram fora para dar impressão de jovens



Há 50 anos a “libertação” da batina era tida gesto “jovem”
Luis Dufaur

Há 50 anos o cardeal arcebispo de Paris, Mons. Maurice Feltin, aprovou que os padres deixassem de usar a batina em condições normais.
Sua decisão, tomada em 29 de junho de 1962, não se apresentou como doutrinária ou moral, mas pastoral, visando adaptar os costumes eclesiásticos às mutações da sociedade. De fato, significou uma mudança histórica e foi acompanhada no mesmo ano pela maioria das dioceses francesas.

O “clergyman” foi acolhido até com euforia por sacerdotes novos e “beatas” de sacristia, relembrou o colunista da revista “La Vie”, Jean Mercier em artigo sob o sugestivo título de “A veste de luz”.
Mercier insiste na “embriaguez de modernidade” daquele momento pouco anterior ao Vaticano II para se compreender que a mudança foi recebida como “verdadeira liberação”.

Hoje, jovens eclesiásticos querem a batina.
Foto: seminaristas em cerimônia de tomada de batina
Aproximadamente desde o Concílio de Trento os sacerdotes usavam batina para se diferenciarem do resto dos homens.

A batina adquiriu sua forma bem conhecida no século XIX. Escreve Mercier:
“Faz pensar na morte, na Cruz. O sacerdote que a veste [a batina] se compromete a imitar a Cristo casto e pobre. Ela sinaliza sua renúncia ao prazer e à sedução e, num sentido mais largo, sua renúncia ao mundo, quer dizer, ao sistema que marca as relações humanas pelo desejo de poder, dinheiro e aparência. A batina é uma forma de túmulo. Ela faz eco à antiga prática de se revestir de um ‘véu mortuário’ na cerimônia de entrada de religiosos e religiosas em religião, para simbolizar a morte à vontade própria e ao mundo”.

Em 1962 tudo isso ficou para trás: a lógica do abandono da batina foi a mesma da abertura ao mundo profano, laicizado, que repelia a submissão e a obediência.
Por isso foi uma ruptura enorme.


Para o simples fiel, padre sério anda de batina
O “clergyman” durou muito pouco e acabou sendo abandonado na onda da revolução libertária de Maio de 68.

“É proibido proibir”, clamavam nas ruas operários, estudantes e sacerdotes rebeldes contra toda restrição, inclusive a sexual.
Porém, 50 anos depois, os papeis se inverteram. São os sacerdotes jovens que querem usar a batina cuja abolição os velhos defendem.

Mercier constata, espantado, que não se trata apenas de jovens sacerdotes tradicionalistas: “Hoje, o grande assunto entre os padres é saber se eles têm a coragem de assumir a batina”, dizia um deles ao jornalista.
No modo de ver dos simples fiéis, a batina está primeiramente associada à ideia de tradicionalismo.

Em segundo lugar, diante do padre jovem de batina, o fiel pensa tratar-se de alguém que celebra discretamente a missa tridentina em latim, sob a forma aprovada pela Santa Sé como “extraordinária”.
No fundo da cabeça da pessoa da rua – constata Mercier – a imagem do padre verdadeiro continua ligada à batina, malgrado as transformações introduzidas pelo Vaticano II.

Um sacerdote amigo do colunista lhe contou que foi a Lourdes recentemente com outro padre. Só que este último usava batina, e ele só um clergyman preto.
Capelão militar em Lourdes
Mercier apresenta esse padre de clergyman como um homem de boa presença e “carismático”, e o de batina como tímido, pouco dotado de qualidades e brilho pessoal.

Entretanto, quando iam pelas ruas de Lourdes, eram parados sem cessar por peregrinos que pediam para benzer objetos.
“Em momento algum eles se dirigiram a mim, contou o padre de clergyman, embora fosse evidente que eu sou padre, mas sempre a meu amigo de batina. Eu acredito que era por causa da batina. Ela exerce efeito especial sobre as pessoas que estão longe da Igreja, um atrativo poderoso”.

Mercier diz que teria muitos outros testemunhos no mesmo sentido para narrar.
Para os padres de mais 60 anos – acrescenta – a batina é um retrocesso, é arrogância, endurecimento ideológico, uma renúncia a tudo pelo que eles combateram na vida.

Mas os jovens sacerdotes, os quais voltaram a usá-la em 2012, pensam que ela serve melhor para evangelizar. Em se tratando de “dar testemunho”, que melhor testemunho pode haver que andar de batina pelos logradouros públicos?
Cena em Roma: batina contradiz maus costumes
Mas para Mercier, que não é amigo da batina, há um problema muito delicado.

A batina está ligada estreitamente ao celibato e os padres sentem muito isso.

Optar por não casar para seguir a Jesus Cristo e trabalhar pelo Reino de Deus: isso a batina prega como nenhum outro símbolo.
“A veste preta que cobre o corpo todo, escreve Mercier, é um escândalo para um mundo que exibe a carne, onde prevalece um conformismo social tirânico em matéria de sexualidade, onde se afirma ser anormal que alguém não seja sexualmente ativo. Ora, o sacerdote que pratica a castidade e escolhe o celibato encarna a resistência contra esse modo de pensar dominante. O fato de usar batina participa da radicalidade de Cristo e de seu Evangelho”.
Mercier recomenda a seus amigos, sacerdotes e leigos engajados como ele no movimento progressista e que hoje se sentem cada vez mais frustrados, não polemizar com os jovens padres de batina.
Se isso acontecer eles vão radicalizar mais e a situação vai ficar pior para aqueles que um dia julgaram que conquistariam o mundo mostrando-se “jovens” e jogando as “velharias” da Igreja pela janela. Como a batina…
Fonte: IPCO, agosto de 2012.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ateus querem retirar cruz do museu do World Trade Center. Eles afirmam sofrer dores físicas e emocionais com a presença dela


 (Foto acima: o crucifixo instalado na frente da igreja São Pedro, em Manhattan.)

Edson Carlos de Oliveira
Há um ano, um grupo de ateus do movimento American Atheist Inc entraram com uma ação judicial exigindo que a World Trade Center (WTC) Memorial retirasse o crucifixo feito com destroços do WTC que foi instalado com destaque no museu da instituição. Nesta semana, os advogados do memorial pediram para que o tribunal de Manhattan descarte a ação movida pelos ateus.

História da cruz milagrosa

Dois dias após os ataques terroristas de 11 de setembro (2001), os trabalhadores encontraram entre os destroços do World Trade Center uma viga de aço, com a forma de um crucifixo, de cerca de 10 metros de diâmetro, 20 metros de altura e pesando 10 toneladas (foto a cima).

"Foi uma cruz inconfundível, feita de metal retorcido, como se tivesse sido intencionalmente plantada", disse um trabalhador da equipe de resgate. O produtor do Filme “
The Cross and the Towers” (ver trailer), Scott Perkins, disse que, diante dos esforços exaustivos dos trabalhadores, "era como se Deus estivesse estendendo a mão e dizendo: 'Eu estou com você, eu estou aqui, venha encontrar a paz em mim'".

Depois de encontrada, a cruz foi transferida para a igreja de São Pedro, uma paróquia católica perto do local do desastre, em Manhattan.

Fanatismo ateu

Em julho do ano passado, a cruz foi transferida da frente igreja para o museu do memorial, provocando a ira dos ateus.

Para Kenneth Bronstein, presidente do New York City Atheists, "a cruz não é um milagre. É apenas um par de vigas enferrujadas, uma das centenas encontradas após as Torres Gêmeas caírem".

Dave Silverman, presidente do American Atheists, autor da citada ação judicial, afirma que a permanência do símbolo católico contraria a constituição americana e é uma forma de divulgação, por parte do Estado, de uma Religião em detrimento das demais.
A cruz precisou entrar
pelo teto do museu.
"Os cristãos podem amar e se reunir em torno do que eles quiserem, e se eles querem endeusar um pedaço de entulho, isso é com eles, mas isso não significa que eles merecem uma representação exclusiva no memorial do WTC", disse Silverman.

Dores físicas e psicológicas pela presença da cruz

Os ateus afirmam no texto da ação judicial que "sofreram, sofrem e continuarão a sofrer danos, tanto físico como emocional, pela presença da cruz". Eles dizem ter "sofrido dispepsia, sintomas de depressão, dores de cabeça, ansiedade e angústia por se sentirem excluídos oficialmente das fileiras dos cidadãos que foram diretamente prejudicados pelo ataque de 9/11".

A defesa do Museu

Em resposta, o World Trade Center Memorial Foundation (WTCMF) defendeu o crucifixo, por ser "símbolo de conforto espiritual para milhares de trabalhadores que atuaram no resgate das vítimas do Ground Zero".

No documento de defesa entregue ao tribunal, o WTCMF descreve que é uma organização independente, sem fins lucrativos, e não uma agência governamental. "As decisões de seus curadores de mostrar objetos particulares no museu não são ações do Estado" e, portanto, as proteções constitucionais citadas no processo não são aplicáveis.

De acordo com o museu, a cruz é um "artefato importante e essencial" que "compreende um componente chave da nova versão da história de 9/11, em particular o papel da fé nos eventos daquele dia e, principalmente, durante os esforços de recuperação".
Trabalhadores rezam diante do crucifixo.
"Depois de sua descoberta, o artefato foi venerado por alguns trabalhadores durante o curso da operação de resgate e recuperação no Ground Zero, incluindo nos serviços religiosos realizados por um sacerdote", diz o documento.

O museu também se negou a atender ao pedido de grupos ateus de colocar em exposição um artefato de 17 metros ou um broche de lapela em memória do ateísmo.

Alice Greenwald, diretora do museu, explicou que "não é irracional que o Museu 9/11 não apresente esses itens", pois o Museu não é um "negócio de fornecer tempo igual para as religiões, mas sim para contar a história de 9 de setembro e de suas vítimas".
_____________
Fontes consultadas:
- OpposingViews,
Atheists See World Trade Center Cross as Battle Over Equal Rights, 19/8/2012.
- CBS New York, Atheists Want WTC Cross Out Of 9/11 Museum, 15/8/2012.
- New York Post,
9/11 cross check, 15/8/2012.
- ABS CBN News,
World Trade Center 'cross' causes religious dispute among Fil-Ams, 20/8/2012.

Fonte: Conservador, agosto de 2012.