Márcio Coutinho
O leitor
deve se lembrar do que aconteceu às vésperas da eleição de 2010, quando o PT já
comemorava como certa a vitória da então candidata Dilma Rousseff no primeiro
turno: uma parcela significativa do eleitorado temeu que a candidata
legalizasse o aborto em seu governo – temor, aliás, que em boa medida se tornou
realidade.
À época, a própria candidata Dilma qualificou
as abundantes matérias que circulavam pelas redes sociais da Internet de
"submundo da política" que através de "boatos" espalhavam
que ela era favorável ao aborto...
Ao que tudo indica, o governo da presidente
quer evitar o mesmo desconforto para as eleições de 2014, razão pela qual vem
tentando, mais insistentemente do que nunca, impor a toque de caixa a votação
do Marco Civil da Internet (PL 2126/2011).
Como sabemos, tal projeto visa a estabelecer
“princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil”.
Mas, para o leitor atento, a “aprovação do Marco Civil pode ser um passo
importante para que a Internet, seu conteúdo e seus usuários fiquem controlados
pelo governo petista”, declarou o conhecido sacerdote e ativista pró-vida, o
Pe. Lodi da Cruz.
Grupos ou pessoas que defendem a família e
lutam contra o aborto, o “casamento” homossexual e a crescente onda de
totalitarismo e controle estatal abusivo, vêm se mobilizando por se sentirem
ameaçados de perder mais esta liberdade de manifestar seu pensamento através
das redes sociais da Internet. Estranha democracia, esta do PT...
Eis a razão pela qual tais grupos vêm
cobrando dos parlamentares, seus representantes, o arquivamento do referido
projeto. Um exemplo frisante disso é o movimento Brasil pela Vida, que através
de seu site está promovendo um envio maciço de e-mails que em poucos dias
totalizaram já mais de 33.000 mensagens.
Tal
é o alvoroço que esses protestos estão causando nos meios governamentais, que
segundo o site IG, o “Planalto trabalha nos bastidores para prorrogar a
apreciação do texto com medo de um racha na Câmara”. Afinal, os deputados se
encontram mais próximos de suas bases eleitorais...
Fonte: ABIN,
DEZ 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário